sexta-feira, 27 de junho de 2008

Satyricon (1969, ITA) ****

Direção: Federico Fellini. Com: Martin Potter, Hiram Keller, Max Born, Salvo Randone, Magali Noel, Capucine, Alain Cuny.

Na Roma do século I d.C., dois jovens estudantes disputam o amor de um efebo. Vivendo de expedientes, eles viajam pelo sul da Itália, envolvendo-se em situações críticas, seqüestram um semideus hermafrodita e são castigados. Baseado nos fragmentos do livro de Petrônio (considerado o primeiro romance da literatura, escrito na época) que chegaram até nossos dias. O autor foi membro importante da corte do imperador Nero até ser obrigado a suicidar-se. O filme é uma crônica dos costumes decadentes dos romanos, considerado por alguns como uma crítica à cultura ocidental (a produção é de 1969, época de grande efervescência política na Europa). Não deve ser por acaso que um barco romano tenha um radar. Segundo Fellini, a narrativa segue o padrão dos relevos romanos, o que não é a única das coisas espantosas desse filme, que foi execrado na época pela ousadia em mostrar costumes sexuais. As belíssimas imagens são de Giuseppe Rotunno, companheiro habitual de Fellini, como Nino Rota, o autor da trilha sonora, que inclui efeitos eletro-acústicos e músicas africanas. O tom estranho do filme - de forte impacto e para públicos específicos - é reforçado pela cenografia e pelos figurinos de Danilo Donati e Luigi Scaccionoce.